Atualmente,
é comum que existam redes de computadores, não apenas em empresas, onde a rede
pode ser composta por centenas de computadores, mas também em casas, onde pode
haver uma rede de apenas duas máquinas.
Um
quesito muito importante para o funcionamento da rede são os cabos (quando não
se tratando de redes sem fio). Afinal, eles são responsáveis pela transmissão
de dados, sejam eles referentes à internet, transferência de arquivos entre
estações ou ainda ao compartilhamento de impressoras ou algum outro periférico.
Por
possuírem tal importância, deve-se ficar atento para que os cabos estejam
corretamente arrumados. Para tanto, é necessário que se dê a devida atenção a
alguns itens, que vão desde o tamanho máximo que esses cabos podem ter até o
modo que seus plugues serão crimpados.
E
por falar em “crimpados”, aí está uma palavra que é muito discutida quando o
assunto é cabos de rede. Algumas pessoas dizem que o correto é “grimpar”,
outras dizem “climpar”, e algumas ainda retiram o “m”, falando apenas “clipar”.
Apesar
da palavra ainda não constar nos dicionários (segundo pesquisas nos dicionários
Houaiss e Michaelis), a forma mais sensata de pronúncia e escrita é crimpar. A
explicação é simples: assim como inúmeras palavras relacionadas ao ramo da
informática (tais como mouse, site e HD), a palavra “crimpar” deriva do verbo
da língua inglesa “To crimp”, que significa algo como moldar uma superfície
(que é mais ou menos o que é feito ao crimpar cabos de rede).
Materiais necessários
Para
crimpar seus cabos de rede você vai utilizar as seguintes ferramentas:
- Alicate de crimpagem;
- Conectores RJ-45 (um para cada ponta do cabo);
- Cabo de Rede (também chamado de Cabo de Par Trançado ou Cabo UTP (Unshielded Twisted Pair – falando de modo mais técnico, o modelo mais utilizado é o UTP CAT 5).
Algumas pessoas utilizam estilete para cortar a capa de proteção do cabo, porém o alicate de crimpagem já possui lâmina para o corte, e, ao utilizar estilete, é muito fácil de cortar os fios dos pares trançados do cabo de rede (o que também pode ocorrer ao utilizar a lâmina do alicate). Caso isso ocorra, você deverá iniciar uma nova ponta, cortando fora aquela danificada.
Antes de começar
Antes
de iniciar o trabalho, é interessante você saber qual o melhor modo de
organizar a sua rede. Existem alguns detalhes que devem ser levados em conta:
há limitações quanto ao tamanho máximo do cabo (o máximo recomendado é 100
metros), e há mais de um modo de crimpar a ponta dos cabos, inclusive um que
dispensa o uso de HUB/Switch (para mais detalhes sobre o que é HUB/Switch
clique aqui), chamado de Crossover ou Cabo Cruzado.
Se
você precisar de mais de 100 metros de cabo, o recomendado é que se utilize um
HUB/Switch em meio ao trajeto. Isso vale tanto para conectar um computador
diretamente ao HUB/Switch quanto para conectar um HUB/Switch a outro, e é
chamado de repetição.
Os
100 metros é um tamanho médio aconselhável. Dependendo da qualidade do cabo e
da placa de rede utilizados, é possível ultrapassar um pouco esse limite. Tudo
dependerá da qualidade do material usado.
Existe
também um tamanho mínimo aconselhado, que é de 30 cm. É bom também não deixar o
cabo de rede junto a cabos de energia elétrica (como pode acontecer quando se
usam canaletas para a instalação), pois os de energia podem gerar uma
interferência eletromagnética na transmissão de dados do cabo de rede.
Um pouco mais sobre o
cabo
Ao abrir o cabo de rede, você perceberá que ele possui oito fios coloridos e divididos em pares.
Ao abrir o cabo de rede, você perceberá que ele possui oito fios coloridos e divididos em pares.
Você
verá também que os dois fios de cada par estão entrelaçados, de modo que estão
separados em cores.
É
comum que esses fios internos sejam chamados apenas de pares. Os pares são
trançados justamente para ajudar a evitar que haja interferência eletromagnética
na transmissão de dados.
Cuidados com os cabos
É
recomendado que, primeiramente, você passe os cabos pelas tubulações desejadas,
uma vez que é muito mais fácil realizar tal tarefa com os cabos sem os plugues.
Também é aconselhável que não seja feito o reaproveitamento de cabos de rede,
pois, quando se faz força para retirar o cabo do local onde ele se encontrava,
pode ocorrer a quebra dos fios internos, comprometendo o funcionamento do cabo.
Seja
atencioso com a passagem e fixação dos cabos, assim como na hora de crimpar
suas pontas. É muito chato quando a rede não está funcionando e, após um tempo
tentando fazê-la funcionar, descobre-se que os fios do cabo tinham sido
quebrados durante a passagem pela tubulação ou que a crimpagem estava malfeita.
Padrões de ordem dos
fios
Antes de iniciar a crimpagem, escolha um dos padrões de sequência para as pontas. Existem dois padrões mais utilizados: eles são conhecidos como EIA/TIA 568A e EIA/TIA 568B. Ambos funcionam perfeitamente.
Tipos de cabos
Existem
ainda dois tipos de cabo: os cabos diretos e os cabos crossover. Nos diretos,
ambas as pontas são feitas utilizando o mesmo padrão, enquanto nos crossover
uma ponta utiliza o padrão EIA/TIA 568A e outra o EIA/TIA 568B. Em alguns
casos, o padrão de uma delas foge de um desses dois. Isso será explicado logo
abaixo.
Cabo direto
Os
cabos diretos são utilizados para interligar computadores e HUBs/Switchs.
Nestes cabos, as pontas devem ser exatamente iguais, pois, caso contrário, a
transferência de dados não irá ocorrer. O padrão utilizado em um dos cabos
deverá ser o mesmo na rede inteira.
É
verdade que você pode criar a sua própria sequência e utilizá-la em sua rede,
entretanto, é extremamente aconselhável que você utilize uma dessas duas
sequências sugeridas, não apenas por questões de funcionamento correto, mas
também por questões de padronização. Se outra pessoa precisar corrigir algum
problema em seus cabos, ela saberá qual é a sequencia utilizada e será muito
mais fácil para solucionar o problema.
Os
padrões são dessa forma, pois foram os melhores modos encontrados para que
houvesse o mínimo possível de interferência eletromagnética no cabo, seja esta
externa ou gerada pelo próprio cabo, e é justamente por isso que os pares são
trançados entre si.
Se
você desejar usar uma sequência própria por achar muito difícil crimpar o cabo
utilizando uma das duas sequências mencionadas, tenha em mente que você terá
grandes chances de ter uma rede que não funcione com desempenho total ou até
mesmo que não venha a funcionar.
Cabos
crossover são utilizados para interligar dois computadores diretamente,
dispensando o uso de um HUB ou Switch. Nesse caso, se você precisar compartilhar
a internet, será necessário que um dos dois computadores possua duas placas de
rede. Em uma delas você ligará o cabo crossover e em outra o cabo da internet,
o qual será um cabo direto. Os cabos crossover também são utilizados para ligar
um HUB/Switch a outro.
Há
um detalhe importante: se as placas de rede dos computadores forem placas com
velocidade de 1000 Mbits (o que é bastante comum), você deverá utilizar outro
padrão, um pouco diferente dos EIA/TIA 568A e EIA/TIA 568B, em uma das pontas
para que a transmissão de dados possua a maior velocidade possível. Caso
contrário, a velocidade máxima utilizada será de 100 Mbits. A rede funcionará
normalmente, porém não na velocidade total.
Existem
dois padrões para esse tipo de crossover. Dependendo do padrão que você
escolher para a outra ponta do cabo, seja EIA/TIA 568A ou EIA/TIA 568B, você
deverá escolher uma das duas para a outra ponta. Observe nas imagens abaixo os
padrões de crossover para redes de 1000 Mbits.
Auto Crossover
Atualmente,
a tecnologia Auto MDI/MDIX, criada pela Hewlett Packard, detecta
automaticamente o tipo de cabo necessário e configura a transmissão dos dados
apropriadamente. Assim, não é mais imprescindível o uso de cabos crossover
nessas situações.
HUBs,
Switches e placas de rede comumente têm a tecnologia auto-MDIX, o que facilita
a conexão entre computadores e HUBs ou Switches. Se um dos dispositivos
envolvidos possuir a tecnologia, o crossover é automatizado. Esse tipo de cabo
só se faz necessário quando ambos os componentes não possuem essa tecnologia
(basta conferir nas especificações de uma placa, HUB ou Switch).
Detalhes do alicate
Antes
de iniciar, observe o alicate de crimpagem. Nele, existem dois tipos de
guilhotinas: uma para desencapar os cabos e outra para aparar os fios. Em
alguns casos, existe um sulco no qual o cabo deve ser inserido para ser
descascado. Existe também um conector no qual serão crimpados os conectores RJ-45.
Agora
que você já sabe os tipos de cabo e quando deve usá-los, e também já conhece o
alicate de crimpagem, é hora de começar o trabalho. Escolha um padrão de
sequência para as pontas dos cabos e lembre-se de usar apenas esse padrão em
toda a rede (salvo em casos de conexão de HUB/Switch com outro HUB/Switch, que
é quando se faz necessário o uso de cabo crossover). Veja agora como crimpar os
cabos.
Corte
um pedaço da capa do cabo. Faça isso colocando o cabo no compartimento para
descascar a capa, girando o alicate, de modo que a capa que envolve o cabo seja
cortada. Não utilize muita força, pois se fizer isso, você poderá cortar um dos
fios internos do cabo. Caso isso ocorra, reinicie o processo.
Os
cabos coloridos estarão separados em pares, e cada par possui uma cor
específica. Separe os cabos estique-os para deixá-los bem lisos, ficando mais
fácil e eficiente de se trabalhar com eles.
Separe
as pontas na ordem correta, e, utilizando a lâmina para aparar os fios,
corte-os de modo que fiquem bem alinhados. Após isso, insira-os no conector
RJ-45. Com a trava virada para baixo e com as pontas metálicas viradas para a
sua direção, interprete a sequência que vai de um a oito, contado da esquerda
para a direita.
Não
deixe que os fios coloridos fiquem para fora. A capa do cabo deve ficar dentro
do conector RJ-45, quase até a metade do conector. Se isso não ocorrer, diminua
o tamanho dos fios internos até que isso ocorra. Observe as fotos abaixo e veja como seu cabo
deverá ficar ao final do processo.
Certifique-se
de que todos os fios coloridos estão chegando até o final do conector, de modo
que quando você for crimpá-los, as placas douradas encostem em todos os fios
coloridos. Caso isso não ocorra em todos os fios, não haverá contato entre o
fio e a placa dourada, e os dados não serão devidamente transmitidos.
Após ter se certificado de que os fios estão chegando até o final do conector, insira-o no compartimento do alicate para finalmente crimpar o cabo. Insira o conector conforme mostrado na imagem abaixo e pressione o alicate com força para que as travas metálicas encostem nos fios coloridos. Após isso, analise o conector e verifique se todas as travas estão abaixadas. Caso alguma não esteja devidamente abaixada, repita o processo.
Após ter se certificado de que os fios estão chegando até o final do conector, insira-o no compartimento do alicate para finalmente crimpar o cabo. Insira o conector conforme mostrado na imagem abaixo e pressione o alicate com força para que as travas metálicas encostem nos fios coloridos. Após isso, analise o conector e verifique se todas as travas estão abaixadas. Caso alguma não esteja devidamente abaixada, repita o processo.
Sua
rede está pronta! Agora é hora de configurar os computadores e finalizar o
trabalho para que você possa compartilhar dados na rede. Você pode conferir
outros artigos que explicam como fazer as configurações de rede nos links
abaixo:
Valeu galera, quem gostou da postagem comenta aí.
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